Kit 2 livros | Daniel Scherer

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  • A Metafísica da Revolução

    Ref: ISBN 978-65-87363-04-2
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  • A Raiz Antitomista da Modernidade Filosófica

    Ref: ISBN 978-65-87363-03-5
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Descrição Geral

Neste kit você compra duas obras do professor Daniel C. Scherer por um preço especial.

 

LIVRO 1: A RAIZ ANTITOMISTA DA MODERNIDADE FILOSÓFICA

 

A despeito do que ainda hoje dizem muitos manuais acadêmicos, a Filosofia Moderna não nasce com René Descartes. Antes, a própria ruptura cartesiana foi preparada por séculos de erosão do pensamento metafísico tradicional; e, em particular, do pensamento tomista. O imanentismo subjetivista que caracteriza o pensamento moderno foi gestado longamente nas obras de autores medievais como Ibn Ruxd (Averróis), Siger de Brabante, Dietrich de Freiberg, John Duns Scot e Guilherme de Ockham, entre outros. Esses são os verdadeiros ancestrais da modernidade filosófica, artífices da “grande renúncia” que, segundo Julián Marias, caracteriza o período: a renúncia a possuir as coisas e o consequente contentar-se com seus símbolos. O divórcio entre fé e razão que herdamos desses homens formou o “caldo cultural” de que surgem essas duas dobradiças do mundo moderno: o Renascimento e a Reforma. Ora, as ideias que prepararam esses dois “eventos-matriz” eclodiram no cenário intelectual europeu precisamente no contexto do antitomismo que se seguiu à morte do Aquinate. Pode dizer-se, então, que a modernidade filosófica tem não apenas uma raiz medieval, mas uma raiz especificamente antitomista. Eis a tese que esta obra pretende apresentar – e, francamente, demonstrar.

Para expor tal tese em todos os seus desdobramentos, dividimos a obra em quatro partes. Na primeira, esforçamo-nos por apresentar uma síntese da filosofia de Santo Tomás, tarefa que o Angélico não empreendeu, mas antes delegou a seus discípulos. Nosso intuito foi mostrar que a chave de abóbada de tal filosofia é certa concepção metafísica em que o ser aparece, pela primeira vez na história, como actus essendi (como ato de ser), distinto realmente da essência nas criaturas e idêntico a ela apenas em Deus, que é Ipsum Esse Subsistens (o Próprio Ser Subsistente). Dessa ideia, em aparência singela, depende, em última instância, a possiblidade de fundamentação de um realismo filosófico consequente. E foi a contestação dessa mesma ideia, no conturbado post mortemdo Aquinate, que abriu caminho para a modernidade filosófica. – O restante do livro não é senão um exame das consequências resultantes da perda de tal compreensão metafísica.

Na segunda parte da obra, investigamos a natureza do pensamento moderno do ponto de vista especulativo, por meio do estudo das próprias obras de seus autores seminais.  Procuramos mostrar que a modernidade filosófica não é um fenômeno homogêneo. Duas correntes, com múltiplas variações internas, podem ser identificadas em seu bojo; e desde seus albores. Chamamo-las racionalismo e antirracionalismo. Cremos que tal discussão lança alguma luz sobre a problemática da “pós-modernidade”. A ideia de uma “pós-modernidade”, concebida seja como a superação da modernidade, seja como sua “liquefação”, à maneira de Zygmunt Bauman, deriva de uma concepção estreita do pensamento moderno – identificado unilateralmente com o racionalismo. Quando, porém, se contempla a modernidade de modo mais amplo, em sua bífida feição, percebe-se que a “pós-modernidade” é fenômeno cabalmente interno ao moderno; um recauchutamento contemporâneo de sua vertente antirracionalista.

Se o subjetivismo é o que caracteriza a modernidade filosófica do ponto de vista especulativo, é o liberalismo o que a caracteriza do ponto de vista prático, ou ético-político. Esse é o tema da terceira parte da obra. Distinguindo as várias camadas de sentido que se escondem por baixo do polissêmico termo “liberalismo”, procuramos mostrar a continuidade profunda que existe por trás do liberalismo econômico clássico (mesmo o da “melhor cepa”, de Adam Smith a Ludwig von Mises), o socialismo marxista e a revolução marcusiana que hoje forma a pauta mesma da esquerda internacional. Esperamos que tal investigação sirva para oxigenar o debate político brasileiro, que se condensa praticamente inteiro na enfadonha oposição entre os partidários do livre mercado e os partidários do Estado. Rogamos por que tal debate seja benéfico sobretudo para os católicos que se pretendem “liberais em economia”.

Na quarta e última parte da obra, passamos em revista aquilo que podemos chamar de “a tradição de críticas à modernidade”. Examinamos, de partida, a imensa “massa crítica” que se formou em torno do assunto quando o tema da “pós-modernidade” entrou em voga. E mostramos que toda essa discussão se encontra viciada na base por uma concepção míope do que seja a própria “modernidade”. – Mas examinamos também toda uma plêiade de autores cujas obras, embora incluam uma concepção mais ampla da filosofia moderna, malogram no arrostá-la, porque participam do mesmo antitomismo que, como vimos desde o princípio, é uma de suas raízes. É de uma legítima Filosofia do Ser que necessitamos para bem encarar o desafio moderno. E tal só encontramos na tradição aristotélico-tomista.

Ao fim e ao cabo, empreendemos toda essa discussão histórico-filosófica, porque estivemos preocupados, desde o início, com um problema de cunho espiritual, qual seja, a “crise do religioso”, tão típica do mundo moderno. E a conclusão geral a que chegamos quanto a isso é a seguinte: a restauração da fé no mundo depende – na escala humana, é claro – de uma restauração da inteligência. Sem dúvida alguma, a fé é virtude teologal infusa, ou seja, é graça. Ninguém precisa ser filósofo para recebê-la. Mas, como disse o Papa Leão XIII, em sua encíclica Aeterni Patris, a [sã] filosofia – e o Papa, neste documento, está a falar justamente do tomismo – pode ser considerada um “baluarte e como que firme fortaleza da religião” (DZ 3138). A posição teológica racionalista, que considera passíveis de demonstração as verdades da fé, é anticatólica; mas também o é a posição fideísta, que despreza o papel da filosofia como disciplina que aplana os caminhos para fé e em seguida ajuda a defende-la. A restauração e  a preservação da fé na sociedade moderna depende da existência de uma elite capacitada a manter viva a chama da melhor filosofia; significa dizer: de uma elite formada no aristotelismo-tomismo. Não porque a fé não seja dom, mas sim porque o dom da fé – que é como um tesouro que Deus guarda no castelo de nossa alma – precisa ser defendido com os muros, os fossos e os barbacãs da boa filosofia contra os ataques perpetrados pelos inimigos dessa mesma fé.

Daniel Scherer.

 

LIVRO 2: A METAFÍSICA DA REVOLUÇÃO: PRESSUPOSTOS DO LIBERALISMO

Em A Metafísica da Revolução: Pressupostos do Liberalismo, Daniel C. Scherer dá continuidade ao seu trabalho iniciado em A Raiz Antitomista da Modernidade Filosófica (Ed. Santo Tomás, 2018).

O autor analisa em seu novo livro as raízes metafísicas sobre as quais o liberalismo é contraditoriamente fundamentado, a despeito de pretender-se dotado de uma “neutra imparcialidade” frente às visões e concepções metafísico-religiosas que circulam pela sociedade; além de examinar as obras de filósofos e teóricos do direito, historiadores da filosofia e intelectuais presentes e passados, como MacIntyre, Schindler, Dworkin, Whitehead, Hartshorne, Voegelin, Calderón, dentre outros nomes célebres da filosofia contemporânea.

Para cumprir sua tarefa, Scherer põe em contraposição duas posturas metafísicas que toma por necessárias e fundamentalmente distintas: a “metafísica da transcendência”, que sustenta a transcendência absoluta de Deus sobre o mundo; e a “metafísica da imanência”, que sustenta a relação entre Deus e o mundo a partir da emanação substancial deste para aquele.

A primeira parte de uma perspectiva clássica segundo Aristóteles e Santo Tomás de Aquino, que culmina com o ideal da Cristandade; a segunda permeou vários movimentos político-religiosos ao longo da história, e culmina - na modernidade e na contemporaneidade - justamente no liberalismo e em seus mais diversos desdobramentos. Isto põe em cheque a pretensa neutralidade liberal e paradoxalmente inverte sua premissa mais básica. Há uma metafísica panenteística e gnóstica a permeá-lo por inteiro e à sua descendência.

Desta forma, Daniel C. Scherer toma o árduo trabalho de desmistificar o mito liberal a partir de sua própria origem: a revolução imanente e antropoteísta que põe o homem como autossuficiente e em paridade com seu Criador.

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